21 de ago. de 2011

O TRABALHO PRÁTICO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL

O Psicólogo Hospitalar é, certamente, muito importante e de grande valia tanto para os pacientes, familiares como também funcionários do hospital, pois visa as possíveis soluções para problemas psicológicos observados durante o período de internação, seja ela longa ou curta, justamente por ser um fator relevante para a recuperação do paciente, resgate da sua auto-estima e melhor relacionamento com outros profissionais da saúde que o atendem e maior compreensão das possibilidades de tratamento e recuperação.
Nos atendimentos em hospital, todo e qualquer conteúdo trazido pelo paciente, seja ele de qualquer categoria ou classificação, deve ser acolhido no setting terapêutico.
Os conteúdos trazidos pelo paciente devem estar sempre a serviço de uma integração, transformação, elaboração e síntese, realizados pelo próprio paciente com ajuda do terapeuta. É importante que fique claro que o Psicoterapêuta é um facilitador, um catalisador da complexidade do paciente clínico, na unicidade como indivíduo no setting hospitalar, não um guia, instrutor, mestre, guru, ou orientador.
No hospital encontramos pacientes de patologias iguais em diferentes fases de evolução da doença, com conteúdos emocionais diferentes, portanto o atendimento psicológico acontecerá dentro da necessidade atual do paciente.
Para tal processo, existe uma lista infinita de recursos ou elementos de ação terapêutica, que fazem parte do caminho de crescimento, evolução e transformação do homem, porém não são objeto da psicoterapia e essa é a grande questão, pois é necessário delimitar a ação do terapeuta, este que deverá usar recursos fundamentados.
Isso favorece ao cliente a integração tanto de suas partes e de seus diferentes níveis de consciência quanto de suas elaborações sobre seu momento atual, possibilitando a presentificação do seu ser integral.
Em minha prática clinica e hospitalar, pude observar que o desenvolvimento de uma manifestação clínica se dá de acordo com estado emocional não só do paciente como o do familiar que acompanha, que acaba de certa forma interferindo de forma indireta no estado emocional do mesmo.
Sendo assim, resolvi fazer um trabalho direcionado ao bem estar dos pacientes e familiares proporcionando nos atendimentos momentos de relaxamento e através deste, resgatar o aspecto saudável de cada um, objetivando com isso, a integração tanto de suas partes e de seus diferentes níveis de consciência quanto de suas elaborações sobre seu momento atual, possibilitando a presentificação do seu ser integral.
Aliado a isso o contar histórias ou metaforizar para os pacientes é muito interessante, pois essa é uma arte milenar que vendo sendo transmitida de geração para geração. Outra dificuldade foi ter que lidar com as interferências e interrupções durante o atendimento, ou seja, enfermeiros que entram no quarto, médicos e familiares, tive que me adaptar fazendo com que o atendimento rendesse para o paciente de uma forma positiva e assim atingir meus objetivos.
A melhor forma que encontrei, foi trabalhar com vivências transpessoais, cromoterapia e metáforas, envolvendo a atenção do paciente e dos familiares. Comecei então utilizar a própria história do paciente aproveitando o seu próprio diálogo interferindo dentro da lógica de seu raciocínio; essa interferência é introduzir uma metáfora, o que facilita a conexão com seu momento atual, pois ao contar estórias percebo que o paciente atenta-se justamente por não achar que a mesma tem alguma relação consigo, e isso de certa forma o ajuda no processo de elaboração de seus conteúdos; pois quase sempre há um relato de conexão com seus conteúdos internos.

Porquê Trabalhar com Metáforas?
A escolha por metáforas veio facilitar as possibilidades de compreensão e o tratamento dos aspectos psicológicos nas diferentes enfermidades e ao sofrimento provocado pela hospitalização e a manifestação clínica de uma patologia.
Como no hospital o tempo de internação é indefinido, o atendimento psicológico é também por tempo indefinido, ou seja, tanto pode durar um dia como meses; resolvi desenvolver um trabalho no qual pudesse ajudar o paciente a resgatar sua auto-estima, sua identidade para decidir e agir por si só. A hospitalização faz com que o paciente sofra total despersonalização deixando de ter sua própria identidade social, seu papel na constelação familiar, para ser um número de leito ou um portador de uma determinada patologia.

Porquê trabalhar com as cores?
A alegria exuberante das cores, a melancolia acinzentada de um dia nublado ou a explosão de alegria e cores dos fogos de artifício são exemplos claros do paralelo entre sentimentos e impressões visuais que experimentamos a todo o tempo, mesmo sem perceber.
As vibrações das cores são comprovadamente uma fonte de energia que, aplicada de forma profilática ou relaxante, torna-se um eficiente sistema de tratamento complementar à medicina tradicional - um sistema cada vez mais difundido com resultados eficazes atestados por estudiosos, terapeutas e pacientes. Apresentando a terapia das cores associada à psicologia, a CROMOTERAPIA explica como as propriedades de cada cor influenciam a transformação psicológica e física das pessoas, desde o simples estímulo visual até a ação vibratória específica de cada tonalidade percebida nos níveis mais sutis do corpo. As terapias que combinam música, meditação e cores.
Os pacientes internados não buscam o atendimento psicológico, vem em busca de cura e tratamento da sua doença, o atendimento psicológico acontece por indicação da enfermagem ou da equipe médica atuante, visando o aconchego e de alguém que possa entender o problema daquele paciente, oferecendo-lhe segurança e a atuação de um profissional de psicologia que com suas técnicas especificas tem condições de ouvir e entender as necessidades psicológicas daquele paciente, acreditando que realmente possa ajudar-lhe.
Quando o paciente me procura relatando seus sintomas, procuro ter uma postura somente de ouvinte e acolhimento naquele momento, pois o mesmo vem procurar justamente isso, acolhimento e entendimento das angustias, medos, incertezas que vem lhe acometendo. Quando o meu trabalho é solicitado para determinado paciente, tenho uma postura de disponibilidade para auxilia-lo profissionalmente e acolhimento ao mesmo tempo.
No papel de terapeuta hospitalar, somente faço intervenções para elucidar e esclarecer alguns fatos quando não estão claros, procurando sempre não interpretar a história do paciente e sim fazendo perguntas sobre que o mesmo está dizendo de forma aberta, objetivando a pessoa expandir seus sentimentos e emoções, o que me facilita muito na compreensão do problema e o insight para o mesmo.

O Psicólogo No Hospital
O ambiente hospitalar por razões obvias acaba reforçando a negação da morte. A primeira manifestação da negação da morte é no contexto de hospital como uma instituição comprometida exclusivamente com os processos de cura, o que não acontecia no passado.
Essa negação da morte afeta a organização da instituição hospitalar, as pessoas que interagem dentro da instituição, tanto o paciente e suas famílias, quanto componentes da equipe de saúde, justamente porque a instituição hospitalar se transformou em instituição comprometida exclusivamente com a cura, por outro lado, será muito difícil para onipotência médica o confronto com o sentimento de fracasso provocado pelo desafio da doença.
É necessário discutir sobre a doença com o paciente e falar de suas implicações na vida: origem, desenvolvimento e o tratamento da doença, sendo assim o paciente pode sentir-se compreendido, seguro, amparado e assistido como um todo, podendo entender sua doença tanto no aspecto fisiológico como implicações emocionais conscientizando-se do que é real e das fantasias.
O psicólogo deve buscar através de técnicas psicoterápicas, amenizar o sofrimento do paciente, propiciando falar de si, da doença, da família, de seus medos, fantasias, esclarecendo suas duvidas.

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