Avaliação com testes em Psicologia Jurídica

Folheando mais minhas anotações antigas sobre Psicologia Jurídica achei uma entrevista que vale a pena ser destacada aqui no blog.


Trata-se de Guido Palomba (foto ao lado), famoso psiquiatra forense, criticando duramente o uso de testes psicológicos, de cunho psicanalítico e do tipo "projetivos", para avaliação de criminosos e suspeitos.
Os psicólogos que avaliaram Champinha não
estavam preparados para reconhecer neuropatologias


Quem avaliou Champinha não fez um "exame clínico" detalhado, que envolve p.e. uma ampla anamnese, dentre outras coisas, onde se estuda desde as condições da gravidez do criminoso até seus hobbies, histórico de traumas físicos e relacionamentos afetivos.


Palomba diz que para fazer uma avaliação realmente relevante, seria necessário até entrevistar pessoas que conheceram Champinha na infância, professores dele, o padeiro da rua em que ele morava recentemente, etc. Ou seja, uma ampla avaliação do ambiente, do histórico e do repertório de comportamentos do avaliando.


Nada disso foi feito. "Apenas aplicaram testes psicológicos. Dos mesmos que são aplicados em Orientação Vocacional".



E crítica embasada, pessoal.


Palomba começa citando o caso Champinha. Trata-se de um adolescente que matou brutalmente um casal de namorados em 2003.


Palomba comenta que Champinha tem sinais anatômicos evidentes de ser um encefalopata (como os dedos em forma de funil e certas características do crânio), além dos amplos indícios comportamentais.


Apesar disso, psicólogos disseram que ele seria recuperável e apenas "um fruto de seu meio".


Para chegar a esse laudo, denuncia Palomba, fizeram apenas uma entrevista e aplicaram um teste de Rorschach.