21 de ago. de 2011

Dexter - Breve Análise Comportamental de um Serial Killer

Minha série de TV favorita é "Dexter", que conta a história de um "serial killer do bem".


Ok, pode soar estranho falar que um assassino cruel pode ser "do bem", mas costumam dizer isso porque Dexter tem um perfil específico de vítima: só mata outros assassinos cruéis.
2) Dexter também costuma ter, quando sozinho, alucinações de seu pai falecido, que vez por outra aparece para ele lhe dar conselhos sobre como não ser descoberto. Fora isso, também é movida pela crença excêntrica (delírio?) de que é um agente em prol da purificação do mundo.


Além disso Dexter apresenta claramente os 3 sinais clássicos do assassino em série:


a) ausência de emoções, em especial culpa e pena (embotamento afetivo)


b) obsessão por controle extremo, que o leva a comportamentos ritualísticos (relacionado a um transtorno de ansiedade)


c) sadismo (necessidade de causar dor e/ou morte a outros)


Façamos uma análise para entender, historicamente, a origem desses 3 sinais em Dexter...




Neste post farei uma breve análise comportamental dos sintomas de Dexter, conforme a Psiquiatria os alista.


Para começar, um serial killer costuma ser diagnosticado com dois transtornos psiquiátricos ao mesmo tempo: o da personalidade antissocial e algum de ordem esquizofrênica.


Dexter, de fato, apresenta sintomas compatíveis com os dois:


1) Como bom antissocial, ele não respeita normas de moralidade (p.e., ela adora matar gente, ora essa!)

Primeiramente, o evento que moldou sua vida foi o fato de ter assistido o brutal assassinato da mãe, quando era criança, e ter ficado dias coberto com o sangue dela, até ser encontrado.


Isso explica a obsessão de Dexter por sangue (ele trabalha como perito forense especializado em analisar manchas de sangue em cenas de crime), mas também explica seu embotamento afetivo (como stress pós-traumático, gerador de ansiedade perpétua).


O evento incrivelmente traumático de sua infância de alguma forma o alterou profunda e indelevelmente. A inundação de sofrimento, e de sangue, que sofreu na tenra infância parece tê-lo dessensibilizado para a dor e emoções alheias.


Como consequência dessa perda da alteridade, Dexter também não consegue se conectar com suas próprias emoções, a não ser quando mata alguém. Ou seja, não é que Dexter não tenha emoções: é que ele precisa matar para senti-las, reconhecê-las, em decorrência do trauma que sofreu.

Já no que diz respeito a mania de controle, Dexter foi ensinado a ser assim pelo pai adotivo. Esse, assim deduziu que Dexter se tornaria um assassino, lhe condicinou fortemente a seguir regras para não ser pêgo jamais. O conjunto dessas regras Dexter chama de "O Código", e consiste em diversas instruções detalhadas de comportamento.

Além disso, quando mata, Dexter gosta de deixar as vítimas nuas amarradas numa mesa (O que simboliza sua sede por controle, além da de sangue).


Já o sadismo de Dexter é mais complicado de explicar. Tenho hipóteses... Pode ser que ele sinta prazer em causar dor e matar porque ao fazer isso ele entra em contato com seus sentimentos, como já dito. Ou pode ser que seja uma forma de reviver o trauma de infância, numa fantasia de estar vingando a mãe. Ou pode ainda ser que o sangue exerça um fascínio em Dexter que ele mesmo não entenda, por decorrência da experiência de ter ficado dias coberto pelo sangue da mãe morta, tornando-se assim um reforçador.


De fato, não dá para saber, a não ser talvez que eu o entrevistasse. Mas por razões óbvias, sinceramente, eu não gostaria de fazer isso...






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