21 de ago. de 2011

Sistemas de Controle do Terror

Ontem a noite li um artigo fascinante. Um cientista chamado Sheldon Solomon ligado a Psicologia Experimental criou uma teoria sobre como funciona o controle do comportamento mediante esquemas de terror, especialmente o medo da morte.
Trata-se da Teoria do Controle pelo Terror (Terror Management Theory). Ou seja, de como as pessoas tentam controlar o medo da morte que sentem, e acabam sendo por ele controladas.


Solomon fez centenas de experimentos, com pessoas de diversas culturas, e chegou a conclusões assustadoras.


Dentre elas:


1- Diante do medo intenso de morrer, pessoas se agarram de forma patológica a crenças (como religiões), identidades culturais (como uma etnia) e fontes individuais de autoestima (como o trabalho, filhos, etc)


2- O item 1 gera dois efeitos:


a) se tornam moralistas, polarizando tudo em "Bem" e "Mal", e com a tendência de ver a si mesmo e seu grupo com Bem, e quem é diferente, com Mal;


b) Conseguem alívio da angústia existencial decorrente do medo da morte (porém desencadeando fenômenos como neuroses, psicoses, etc).


3- Quanto mais desesperador for o ambiente que as pessoas vivem, maior a polarização moral das pessoas, e maior a probabilidade de elas obedecerem cegamente um líder carismático, persuasivo.

Portanto, a fórmula para manter as massas sobre controle é:


- criar um ambiente de desespero, medo da morte, através da ameaça iminente, mesmo que imaginária, de inimigos externos


- fazer uso de táticas carismáticas para inspirar confiança (ou seja, comover as pessoas, apelar para a instabilidade emocional delas, gerando populismo, condutismo, patriarcalismo, etc)


- decretar um sistema moral ultrasimplificado, que polarize Bem ("Nós") e Mal ("Outros").


A "Terror Management Theory" explica muita coisa, não?

Mas algo que ela me lembrou é que as pessoas costumam viver vidas infelizes porque não aceitam o fato de que morrerão um dia.

Como ateu, não vejo sentido em crenças absurdas que justificam ódio, guerra, medo, etc. Deduzo que se as pessoas encarassem o fato de que suas vidas um dia chegarão ao fim e aprendessem a lidar com isso de forma racional, elas seriam menos dadas a comportamentos bizarros, como o terrorismo político e o fanatismo religioso.



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