21 de ago. de 2011

Aristóteles explica como ter amizades verdadeiras

Qual o valor da amizade? Como ter certeza se temos bons amigos? Como ser um bom amigo?


Aristóteles, um filósofo da Antiguidade, dá respostas interessantes para essas perguntas no clássico "Ética a Nicômaco"


E, neste post, vai minha minha leitura comportamental da teoria aristotélica da amizade.



"Pessoas virtuosas são aquelas que praticam
atos nobres, e que devem ser imitadas"


A amizade seria uma espécie de união entre duas pessoas que pode ocorrer por diferentes motivos. Para Aristóteles, há 3 tipos de amizades, mediante esses motivos: 


a) por interesse


b) por prazer


c) por admiração


A medida que lemos sua obra entendemos que ele está falando na verdade de 3 classes de reforçadores para o comportamento operante "Nutrir a amizade".


Esse operante possui respostas como:

- estar junto


- sorrir


- conversar sobre interesses em comum


- ter projetos em cooperação


- dar apoio nas horas difíceis


- gerar horas agradáveis


- etc


Ok, as respostas que fazem parte desse comportamento operante conhecemos.

Mas para que pessoas devemos voltar essas respostas?




Há pessoas quem nutrem amizade porque ganham algo material em troca, ou algum benefício. Esse é o primeiro tipo de amizade apontada por Aristóteles. P.e., ser "amigo" de um cliente para lhe vender mais produtos. Nesse caso, o reforçador pro operante  "nutrir a amizade" seriam bens materiais, facilidades práticas. Isso tende a ser falho, pois esses bens podem faltar e, nesse caso, a amizade se esvai rápido.


O segundo tipo de amizade, por prazer, consiste naquelas pessoas que nos despertam emoções agradáveis. Por exemplo, nos fazem rir. Estamos perto delas porque elas constantemente geram situações sociais reforçadoras.


Esses dois tipos de amizade, diz Aristóteles, tendem a não ser duradouras, e mesmo enquanto duram, tendem a ser superficiais. A meu ver, porque os esquemas de reforçamento que as determinam tendem a falhar (bens materiais, situações emocionais e coisas assim tendem a ser passageiras), e porque o que reforça essas amizades não é a pessoa do amigo, mas coisas que o amigo pode fazer (ou pode não fazer).




"Seja amigo de pessoas com
quem você deseja parecer" (Aristóteles)

A amizade verdadeira, que é forte e pode de fato durar seria aquela baseada em admiração. Ou seja, o bom amigo é aquele tem demonstra valor, nobreza em seus atos, e por isso é um modelo de comportamentos para nós.


Pelo princípio da modelação, tendemos a imitar, mesmo sem querer, nossos amigos. Por isso é tão importante nutrirmos as amizades por admiração, e não dar tanta atenção às amizades por prazer e por interesse. 


Encontrar uma pessoa com virtudes valiosas (nobre, generosa, corajosa, etc) e aprender com ela é a chave da verdadeira amizade, diz Aristóteles. Isso porque a amizade verdadeira é reforçada pela pessoa do amigo, e não pelas coisas passageiras que ele traz. Mesmo que um amigo verdadeiro cometa deslizes, sabemos que podemos confiar na frequência e força de seus "atos nobres" (para usar um termo aristotélico). 


Ou seja, o bom amigo reforça nosso "estar-perto-dele" num esquema de razão fixa (de uma forma que podemos contar regularmente com a recompensa de sermos seu amigo).


O filósofo termina dizendo que a amizade por admiração é algo tão profundo e duradouro que até mesmo o amor tem algo a aprender com ela !


Depois de ler esse trecho de "Ética a Nicômaco" me perguntei, primeiramente, se eu tinha bons amigos mesmo. Isto é, pessoas que eu admiro e quero estar próximo delas, para aprender com elas. 
Mas em seguida entendi que há outra questão melhor, depois dessa leitura de Aristóteles: "
Será que estou sendo um bom modelo de comportamento para meus amigos?"





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