Uma visão muito comum é a de que o cérebro é formado por diversas partes independentes, cada uma com sua "voz de comando":
O cérebro é uma cacofonia de
"homúnculos-interiores" assim ?
...e que no final desse conflito de interesses, o cérebro entra em algum acordo, tomando uma decisão, gerando um comportamento-resultado:
Porém neurocientistas atuais, como Miguel Nicolelis, falam de outro modelo.
Falam do cérebro funcionando como uma orquestra sinfônica:
Até existe uma especialização estrutural-funcional (como na orquestra, há diferentes instrumentos, com diferentes sons). Assim como a orquestra, o cérebro têm "módulos", também. Especializações
Mas a todo momento os módulos sempre funcionam juntos, integrados para gerar um mesmo som resultante, a sinfonia. A modularização só faz sentido porque pressupõe a integração contínua. E o resultado não pode ser localizado em nenhum ponto em específico: é a música que impregna todo o ambiente.
Da mesma forma, os músicos também precisam estar organizados em um ambiente determinante para gerar harmonia: Disposição espacial da orquestra
Analogamente, o cérebro também só faz sentido enquanto parte de um organismo, que por sua vez está em relação com o ambiente determinante.
Apesar da importância e complexidade do sistema nervoso, ele é insuficiente para entendermos o comportamento. Isso porque não é o cérebro quem se comporta, mas o organismo-como-um-todo-no-ambiente. (organismo do qual o cérebro é apenas uma parte).
Não é poético pensar o pensamento como uma sinfonia de Beethoven?
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